PLIP – Projecto Leitura Inclusiva Partilhada (http://plip.ipleiria.pt/)

banner plipEste projecto visa dar vida a livros que se encontram nas estantes das bibliotecas, oferecendo-os a novos leitores. Tal será feito através da adaptação de obras diversas para que públicos com necessidades especiais possam chegar a elas através de versões em novos formatos: Livros em Braille e em alto-relevo (para pessoas cegas ou com baixa visão); áudio-livros (para quem prefere ouvir); vídeo-livros em Língua Gestual Portuguesa (para os Surdos) e em formatos adaptados (para pessoas com incapacidade intelectual ou limitações de outra natureza).

O Projecto de Leitura Inclusiva Partilhada pretende levar a leitura a TODOS, incluindo pessoas com incapacidade ou necessidades especiais; estimular a partilha de experiências; desenvolver uma cidadania participada; e dinamizar os espaços públicos do(s)/a(s) distrito(s)/cidade(s)/vila(s)/município(s), enquanto enriquece o acervo da(s) biblioteca(s) promotora(s).

É um projecto para ser desenvolvido em comunidade, criando laços entre gerações, lugares, e diferentes áreas do saber e do viver. Assume-se como um agregador de boas práticas, levando mais longe e dando visibilidade ao bom trabalho que se vem desenvolvendo, um pouco por todo o lado, de forma isolada. É uma oportunidade para os mais novos deleitarem os mais velhos; para os mais experientes transmitirem saberes únicos e deixarem marcas no meio onde vivem; para os artistas se exprimirem; para todos nos alimentarmos da nossa cultura.

 

Acreditamos que a LER + vamos chegar + LONGE. Estaremos nas Bibliotecas, nas Escolas, em Lares e Instituições de Acolhimento, nos Hospitais e Centros de Saúde, nas Prisões, nos Mercados e nos Cafés, nas Praças e nos Caminhos… a leitura estará onde cada um a quiser levar!

 Promotores:

Câmara(s) Municipal (ais)/ Biblioteca(s)  / Escolas / Associações / Outros organismos

Objectivos:

Apetrechar Bibliotecas com condições de leitura para pessoas com necessidades especiais e de modo particular a leitores cegos ou com baixa visão;

Desenvolver parcerias para o enriquecimento do acervo bibliográfico dirigido a pessoas com necessidades especiais;

Estimular a co-responsabilização dos leitores na promoção de uma Leitura Inclusiva Partilhada.

ACÇÃO 1: KIT LIVRO MULTI-FORMATO

A recriação/adaptação de uma obra existente em diversos formatos (acessíveis):  Braille, alto-relevo, letras ampliadas, alto contraste, áudio-livro, vídeo-livro em LGP, símbolos, entre outros.

No contexto de biblioteca, em vez de se ter uma estante com “livros em Braille” e uma outra com livros “normais”, as diferentes versões/formatos serão mantidos em conjunto (tipo kit), espalhados pelas várias estantes da biblioteca, permitindo que cada leitor escolha o formato que quer usar.

KIT MULTIFORMATO:  formatos e meios necessários.

ACÇÃO 2: DINAMIZAÇÃO

Leitura na Praça – sessões de leitura em espaços públicos – estação de caminho de ferro, banco, centro de segurança social, jardim público,centro comercial, mercado, …) com livros em vários formatos (Braille, livros tácteis), com interpretação gestual, com outros elementos de recreação da obra (marionetas, peças de teatro, etc…).

A Festa do “padrinho” – acções dinamizadas no espaço e/ou promovidas pela pessoa, organismo patrocinador de uma acção de leitura inclusiva. (ex. a barbearia local pode promover uma sessão de poesia no seu espaço – numa acção conjunta com uma escola, grupo de teatro, associação, etc… / uma livraria pode convidar um autor ou especialista a fazer uma palestra / um grupo coral pode fazer um recital temático, etc…)

Leitura com…

…colo – sessões de leitura com crianças de colo.

…dedo – sessões de leitura com crianças a aprender a ler em que crianças/jovens mais velha(o)s ou adultos ajudam os mais novos a ler.

…voz – serões de leitura pública ou declamação ou sessões com actores/técnicos para aquisição de técnicas de leitura em voz alta (tipo workshop).

…todos – sessões de leitura com grupos multi-facetados numa leitura conjunta e partilhada da mesma obra – cegos com livro em Braille, livros com letra ampliada, livros com versões adaptadas (resumidos), interpretação gestual,…

… arte – recriação de obras através de outras formas de expressão – pintura, fotografia, música, dança, teatro,…

Ler dá saúde e faz crescer – criação de sessões de leitura (por voluntários ou grupos organizados) nos centros de saúde, nos hospitais – em sessões colectivas (ex. sala de convívio da pediatria) ou individuais (leitura para acamados de longa-duração).

Kit bebé-leitor – oferta a todo o bebé que nasce no hospital local de um Kit bebé-leitor: saquinho feito por idosas do lar com livro, uma mensagem aos pais sobre a importância dos livros no desenvolvimento da criança e um cartão de leitor da biblioteca passado em nome do bebé recém-nascido.

Liberdade para ler – dinamização da leitura e recriação do texto escrito em contexto prisional.

PERGUNTAS & RESPOSTAS

Para quê integrar este projecto se não temos públicos/leitores com necessidades especiais?

Há mais pessoas com necessidades especiais do que possamos pensar. Muitas retraem-se de frequentar espaços como a biblioteca porque não esperam lá encontrar as condições de que necessitam. Mais do que criar condições para públicos ainda desconhecidos ou afastados, este projecto serve de acção de sensibilização para a diferença e para formas de comunicação alternativas.

Como vamos pagar isto?

Partimos do princípio que as bibliotecas promotoras procurarão integrar esta acção no âmbito do seu projecto anual, reservando alguns fundos para o projecto ou procurando financiamento específico para o efeito.

Se em cada acção se encontrar um “padrinho” para apoiar a transformação de um/vários livro(s) e se cada parceiro procurar financiamento para as suas acções, os custos repartidos não serão demasiado pesados.

Quem pode ser “padrinho” e o que significa isso?

Qualquer pessoa ou instituição pode apadrinhar a transformação de um livro, pagando os consumíveis necessários ou algum serviço mais específico (ex. interprete de língua gestual portuguesa). Poderá também levar para o seu espaço diversas acções em torno desse livro, tornando-se anfitrião de uma ou várias iniciativas.

(ex. A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner – apadrinhado pelo Sr. Joaquim, vendedor de peixe no mercado. Dá 100 euros para cobrir consumíveis necessários à criação de um livro táctil (feito pelos alunos da Escola Secundária local). O lançamento dessa “versão táctil” pode dar-se “com pompa e circunstância” na banca no mercado semanal do qual o Sr. Joaquim é dono.)

Quem vamos envolver?

Toda a comunidade. As escolas, as ONGs da região, as associações, grupos recreativos, clubes, comércio local, hospital, prisão, pessoas individuais…

Como é que as escolas se podem envolver?

Diferentes iniciativas podem ser dinamizadas pelas bibliotecas escolares. Alunos e professores de diferentes disciplinas e níveis podem desenvolver projectos em torno dos livros escolhidos. Essas iniciativas devem levar sempre que possível à criação de novas versões de livros existentes ou podem versar a criação de livros/materiais originais. Toda a criação deve ser partilhada com a comunidade envolvente, saindo do espaço escolar e passando a integrar o espólio da biblioteca promotora.

(ex. Os alunos de teatro decidem recriar um texto através de uma dramatização. Essa poderá ser levada a cena num espaço aberto à comunidade. A representação poderá ser filmada, legendada, audiodescrita e/ou acompanhada por interpretação gestual. Uma vez em suporte electrónico, poderá ser disponibilizada a outros públicos).

Como é que vamos envolver as pessoas mais idosas?

Pessoas em lares de terceira idade ou centros de dia podem ser importantes parceiros na criação dos materiais necessários ao desenvolvimento de diferentes projectos; podem ser agentes activos; e/ou podem ser destinatários de algumas acções (enquanto pessoas com necessidades especiais).

(ex. Qualquer projecto que envolva trabalhos manuais (criação de bolsinhas para o projecto “Bebé leitor”, ajuda na execução de marionetas ou adereços para teatro, etc…) pode ser levado a cabo em parceria com instituições de idosos. A interacção entre as crianças/jovens e idosos em sessões de leitura colectiva, sessões do conto, encenações teatrais é de enorme riqueza.)

Onde é que vão decorrer as actividades?

Onde as quiserem levar: Na biblioteca, na escola, na praça pública, nos jardins, no património local, nas associações, nos cinemas e teatros, no mercado, nos centros comerciais, na rua, nos espaços dos “padrinhos” da leitura…

Quando vão decorrer as actividades?

As diferentes actividades poderão decorrer em qualquer altura, mediante uma calendarização conjunta. Podem surgir de forma isolada ou de forma repetida (ex. todos os primeiros sábados, às 17h no Jardim da cidade…). Competirá à biblioteca promotora gerir o calendário de forma a potenciar o projecto.

Como vamos cativar novos leitores (com incapacidade)?

Ao criar condições físicas e emocionais, ao desenvolver materiais em formatos alternativos e ao tornar esses materiais conhecidos e acessíveis, pessoas com necessidades especiais sentirão motivação para os utilizar. Os potenciais leitores deverão ser envolvidos nas diferentes acções, enquanto agentes activos, eles próprios promotores de acções para a comunidade envolvente. Ao tornar todas as acções naturalmente inclusivas (e sem rótulos de “para…”) todos se sentirão parte do projecto.

O que vai acontecer aos materiais produzidos?

Num primeiro momento, os materiais criados ficarão à disposição da comunidade que os criou. Aqui, a biblioteca terá a importante tarefa de gerir e rentabilizar os recursos criados.

É objectivo deste projecto disponibilizar os recursos a TODOS de forma alargada e gratuita… (em ficheiros online descarregáveis). Ao aderir ao Projecto PLIP, a partilha dar-se-á de forma concertada, através de um directório comum.

De quem são os materiais produzidos?

As obras adaptadas pertencem a quem as produz e/ou promove (indivíduos, associações, bibliotecas, escolas,…), mas ao serem partilhados passam a pertencer também a quem os utilizar.

E direitos de autor?

A adaptação/recriação de livros em formatos alternativos não-comerciais não viola direitos de autor (ver art. 75 e 80 do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos). Há, no entanto, todo o interesse em estabelecer contactos com as editoras/autores dos livros trabalhados, encontrando neles potenciais parceiros e apoio para a realização de projectos inspirados em obras editadas.

Todos os materiais criados (originais ou recriações/adaptações) deverão conter a identificação dos seus promotores/criadores/adaptadores (ex. Versão em alto-relevo executada pelos alunos do 10º ano do Curso de Artes da Escola Secundária Maria Andrade, 2009-2010).

Quem pode apoiar este projecto?

Todos! Para além de cada promotor poder procurar apoios formais (Câmaras Municipais, Fundos específicos), qualquer entidade ou pessoa singular poderá “apadrinhar” determinada acção do projecto. Quanto mais participado e partilhado, maior o êxito.

Quem fica responsável por este projecto?

Este projecto deve viver de uma co-responsabilização, sendo que a biblioteca promotora deverá servir de agregador. Uma vez instituídos parceiros, que desenvolverão micro-projectos a integrar no grande projecto, cada um será responsável pela execução da sua parte. Compete à(s) biblioteca(s) promotora(s) calendarizar as acções de forma equilibrada, criando mecanismos de divulgação abrangente (ex. página Web ou boletim cultural) mas deixando a cada parceiro total liberdade para executar a sua parte do projecto. A mesma biblioteca passará a integrar no seu acervo os materiais susceptíveis de utilização no âmbito da acção da biblioteca.

Quem coordena este projecto?

Numa primeira instância o projecto é coordenado pela(s) biblioteca(s) promotora(s) que deverá/ão articular com os dinamizadores das diferentes acções (ex. professores, artistas,…). Poderá ser criado um pequeno grupo coordenador com 5-6 dos principais parceiros para uma melhor articulação e partilha de responsabilidades.

Quanto tempo vai durar o projecto?

O tempo que lhe quiserem dar. É sensato pensar numa calendarização a um ano, subdividindo-a em partes menores (trimestres/semestres/meses) para facilitar a coordenação. É importante planificar a longo, médio e curto prazo para garantir tempo de execução, equilíbrio e continuidade.

Quem escolhe as obras a trabalhar?

Por questões de organização é conveniente estabelecer a médio/longo prazo algumas das obras a trabalhar. Esta escolha será ditada pelos interesses dos diferentes agentes envolvidos. Não obstante, qualquer acção que vise a criação de livros multi-formato (originais ou recriados) deverá sempre encontrar um espaço de integração no grande projecto.

Quem nos pode ajudar em termos técnico-científico?

A equipa da Unidade de Investigação iACT – Inclusão e Acessibilidade em Acção está disponível para dar apoio técnico-científico a qualquer pessoa/organização que se queira juntar a este projecto.

LANÇAMENTO do PLIP –  Apresentação Gaivota-Batalha, 11 Junho de 2011.

Palavras-chave

PLIP, leitura, acessibilidade, livros, Braille

 

Ações a decorrer

 

 

 

OBRAS CRIADAS EM MULTIFORMATO (audiolivro, videolivro com LGP, versão leitura fácil, versão braille, ilustração tátil e descrição de imagens; versão pictográfica)

o menino dos dedos tristes

O menino dos dedos tristes

silêncio estrondoso

Silêncio estrondoso

 

 

 

 

 

 

 

OBRAS ADAPTADAS PARA MULTIFORMATO (audiolivro, videolivro com LGP, versão leitura fácil, versão braille, ilustração tátil e descrição de imagens; versão pictográfica)

uma questão de azul escuro

Uma questão de azul escuro

história do gato que ensinou a gaivota a voar capa

História do gato que ensinou a gaivota a voar